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A Cultura do Arroz |
por Giancarlo Pires Píffero |
Sistema
Convencional
Caracteriza-se pelo preparo de solo primário (normalmente, em
solos já cultivados anteriormente, usa-se somente grade aradora), iniciando-se pela
aração. Após esta operação, o implemento a ser utilizado é a grade niveladora para o
destorroamento do solo quantas vezes forem necessárias . Deve-se dar um tempo entre as
operações para que ocorra a brotação de plantas indesejáveis e assim, possam estas
serem eliminadas no início do seu crescimento. Posterior as primeiras operações de
grade, passa-se a plaina visando corrigir pequenas saliências e ondulações no terreno.
A passagem da plaina com a superfície do solo seco, ocasionará um destorroamento que
poderá substituir uma passagem de grade niveladora.
A umidade do solo é fundamental neste sistema de preparo já que, em
excesso, as operações realizadas poderão causar danos à estrutura do solo; e em
condições de solo muito seco o número de operações aumentará, assim como, o custo
deste item de desembolso. Neste sistema o entaipamento é feito no momento do plantio.
O plantio pode ser feito à lanço com semeadeiras/adubadoras
conjugadas e também com plantadeira em linha, que colocarão o adubo e a semente
localizados.
VANTAGENS
É necessário dizer que não há vantagens nesse sistema de
plantio, já que há uma degradação da estrutura dos solos, pela pulverização, e uma
agressão à vida microbiana; e mais, sofre-se os riscos de perdas de solo pelo processo
erosivo dos ventos e da água.
DESVANTAGENS
Todas. Além dos aspectos descritos anteriormente, ainda há o
número exagerado de operações tornando quase inviável o empreendimento devido ao
desgaste dos implementos e das peças dos maquinários, aumentando em muito os itens
manutenção e mão de obra e ainda , o grande número de máquinas necessárias para as
operações paralelas. Vale ressaltar, que o período que compreende o preparo do solo,
coincide com a época de maior índice pluviométrico em nossa região, chegando em certas
ocasiões a chover em um dia o que é normal para o mês.
Este sistema visa corrigir as pequenas saliências e depressões do terreno. Em solos considerados leves, com textura fraca. Realiza-se de 2 a 3 gradagens de niveladora com posterior passagem da plaina. O entaipamento é feito durante esta etapa deixando o talhão preparado para o nascimento de plantas indesejáveis e a aplicação do herbicida total. Este preparo é feito normalmente 60 dias antes do plantio podendo, no caso de disponibilidade de área com descanso, ser efetuado no verão, colocando-se uma cultura de inverno como cobertura de solo. Na nossa região, é plantado azevém e aveia na maioria dos casos, ficando determinado como cultivo mínimo com preparo de verão. O plantio é feito somente com plantadeiras de plantio direto em linha.
VANTAGENS
· Melhor aproveitamento do parque de máquinas e da mão de obra,
realizando as tarefas em um período que o maquinário não é normalmente usado.
· Bom nascimento de invasoras pelas condições de luminosidade e
temperatura.
· Aplicação de corretivos que necessitam de tempo para sua
solubilização.
· Melhor planejamento e tempo para correções de problemas que por
ventura vierem a existir.
· Bom controle do arroz vermelho, principal maleza da lavoura
arrozeira.
· Uso de novas tecnologias, racionalizando o uso dos insumos.
DESVANTAGENS
São mínimas, porém existem problemas que podem ser solucionados com
uma melhor orientação da propriedade.
Surgiu como alternativa para o controle
do arroz vermelho, principal mal da lavoura arrozeira. Faz-se uma correção do micro
relevo como no cultivo mínimo, entaipamento prévio e posterior dessecação.
Apesar de nos nossos solos de várzea não se utilizar o plantio direto
na sua plenitude, este sistema de cultivo ajuda em muito o controle de plantas daninhas e,
com o surgimento de cultivares de milho, soja e sorgo adaptadas a áreas baixas, que
propiciarão uma diversificação com rotação de culturas, trará benefícios à
estrutura do solo e à atividade pecuária .
Uma maneira de se realizar o plantio direto é com o aproveitamento das
áreas que já foram plantadas e que possuem, apesar de prejudicadas, as taipas e
condutos, necessitando somente um remonte, eliminando assim, as operações de nivelamento
e de preparo de solo, reduzindo bastante o custo de produção, havendo inclusive
reavaliação do parque de máquinas.
O que se prega, é que o produtor faça no primeiro ano, uma área pequena para um melhor domínio da tecnologia e, no caso de ocorrerem erros, estes não comprometerem a previsão do ano agrícola familiarizando também o responsável pelo sistema a campo.
Devemos alertar que a boa drenagem é
pré-requisito para a implantação do sistema.
VANTAGENS
· Boa umidade para o nascimento.
· Menor custo de produção
· Racionalização do uso dos insumos
· Melhor uso do solo
· Baixa imobilização de capital pela menor necessidade de
maquinário.
DESVANTAGENS
Se há capacitação da mão de obra , não se observa
desvantagem.
Nos três sistemas
descritos, o entaipamento é realizado com entaipadeira de base larga e perfil baixo
propiciando o cultivo em toda a área com uniformidade na maturação e menor altura de
lâmina de água.
Considerações
SISTEMAS DE PLANTIO X DESENVOLVIMENTO DE PLANTA
Com relação ao stand de lavoura e os sistemas de plantio, os
técnicos Vernetti Junior, F.de J; Gomes,A de S., da Embrapa Clima Temperado, apresentaram
experimentos realizados na sede em Pelotas-RS , onde pode-se concluir que:
Em relação ao sistemas de plantio PG (pré germinado, pouco utilizado
em nossa área) CM(cultivo mínimo) ,SC(sistema convencional) e SD (semeadura direta), com
as variedades BR I RGA 410 ,416 e EMBRAPA 6 CHUÍ e 7 TAIM, não diferiram entre si com
relação a número de colmos/m² aos 58 dias após a emergência - as cultivares se
equivaleram em produção de matéria seca.
Os sistemas de cultivo não influenciam no comprimento e no diâmetro
médio dos colmos. As cultivares não diferem entre si em relação ao índice de
colheita.
Em outros experimentos em que avaliam o efeito do sistema sobre 4 cultivares de arroz
(Anais 1º Congresso Brasileiro -XXIII Reunião do Arroz Irrigado-Pelotas.RS), conclui-se
que a cultivar BRS Taim apresentou a melhor produtividade, independente do sistema de
cultivo. O rendimento de grãos (Kg/ha) é inferior no SD.
O rendimento de engenho não sofre influência em função do sistema
de cultivo utilizado.
Varia em função da cultivar utilizada,
tipos de solos, sistemas de cultivo, bem como da qualidade das sementes e do seu poder
germinativo. Os tipos de cultivares modernos possuem alta capacidade de afilhamento,
requerendo menores quantidades de sementes por metro linear.
Em relação à época de semeadura, podemos dizer que semeaduras do
cedo requerem maior quantidade de sementes pela baixa temperatura do solo. Um bom stand de
plantas significa uma boa circulação de ar entre estas, o que ocasiona um adequado
estado fito sanitário e uma boa fertilização das panículas enquanto que, em
populações muito densas , os colmos são mais frágeis, sujeito ao acamamento. Mesmo em
cultivares resistentes à este fator, há grande propensão de doenças fúngicas e menor
tamanho das panículas, ainda que em maior número, mas com mais espiguetas vazias.
Com uma correta densidade na semeadura, o arroz desenvolverá o seu
máximo potencial produtivo e ficará livre de doenças e pragas indesejáveis.
No momento em nossa região, com o plantio indicado
pelo zoneamento climático, a densidade normalmente usada fica em torno de 170 Kg /ha no
plantio em linha e, em torno de 200 Kg/ha, na semeadura a lanço, o que originará de 400
a 500 plantas /m².
Baseado em experimentos realizado por pesquisadores, podemos demonstrar
em gráficos, a relação entre densidade de semeadura x espiguetas vazias e, densidade de
semeadura x peso de graõs.
Fonte : Lavoura Arrozeira
Fonte: Lavoura Arrozeira