Contra a Maré com Lopa – Os muitos Agros dentro do Agronegócio.

Escrevi essas linhas a fim de contribuir e somar esforços para uma reflexão sobre a dinâmica do Agronegócio no Brasil.

Instigado pelo artigo “O Sal da Terra e o Peso da Pecuária: Entre o Quilombo e o Mercado“, postado por  Mauricio Bauer, da The Moore Foundation, no Linkedln, cujo texto inicial reproduzo aqui:

“No Brasil de 2025, convivem dois retratos que, à primeira vista, parecem irreconciliáveis. Um é o do Quilombo Boa Vista, no Maranhão, comunidade tradicional que conquistou apenas neste ano um poço artesiano e o título de suas terras. O outro é o da pujante pecuária de corte, que em 2024 movimentou R$ 987 bilhões e sustentou quase 9 milhões de empregos. Ambos existem, ambos são Brasil — e ambos refletem as contradições de um país que busca construir um futuro sustentável.”

Inserido no Agronegócio, está o Agropecuarista (que tenho tentado mostrar aos diversos formadores de opinião, tanto do agro quanto de outros setores da sociedade) que são um dos inúmeros ELOS da cadeia que chamamos de Agronegócio. Elo esse, que leva todas as culpas sobre a degradação ambiental, todas as responsabilidades para “salvar o planeta” e, todos os créditos sobre pujança e faturamentos expressivos no setor.

Na minha opinião, a culpa é do próprio setor e de grande parcela dos produtores / formadores de opinião do Agro (que me enquadro de certa forma também ☺️) que, para se contrapor as cobranças da sociedade, acabam por dizer: “mas nós levamos a economia do país nas costas” , uma grande verdade, porém , como efeito colateral, provoca uma reação de cobrança da sociedade brasileira (a luz de tanta “pujança”), agravada pelo absoluto silêncio dos outros elos, afinal, “se alguém é apontado como culpado não sou eu que vou levantar os olhos para o meu negócio” , aliado também, aos processos ideológicos tipo “capital, terra e trabalho“, temos a tempestade perfeita para cobranças sobre o setor, onde todos os outros elos orbitam.

No meu modo de ver, precisamos urgentemente mudar esse modo de ver e divulgar o agronegócio.

Primeiramente entendendo que no Agronegócio, como disse, existe o ELO DO AGROPECUARISTA, elo que retém a MENOR margem de LUCRO de toda a cadeia chamada de AGRONEGÓCIO.

Ainda nesse ELO, tenho proposto, a divisão que em Agro Familiar ( e ai uma subdivisão em: de subsistência e de produção); o Agro Territorial ou Local (pequenos e médios), o Agro Exportador e o Agro Corporativo.

Todos tem sua importância para o Agronegócio, mas cada um obtém lucros e, muitos prejuízos, como demonstrado no artigo e estudo sobre o Paradoxo da Produtividade Agropecuária .

Mas, voltando as reflexões sobre o artigo, se fragmentarmos os números mostrados pelo Maurício Palma Nogueira , citados no mesmo, por esses segmentos teremos uma visão diferente do “panorama final”. E precisamos urgentemente de politicas diferentes para manter cada segmento.

No meu entendimento precisamos mostrar os números do AGRO, fragmentados pela cadeia setorial, assim mostrar a sociedade todo esse processo de distribuição diferenciada de renda no setor, que atinge fortemente as comunidades de subsistência, e são “deixadas de lado”, como relatado no artigo, chegando suas consequências nefastas até o Agro Territorial (como demonstrado no Paradoxo).

Assim, talvez, nossa sociedade possa entender melhor o trabalho que os Agropecuaristas fazem pelo Agronegócio brasileiro, e esses, obtenham políticas diferenciadas, com o aval e apoio da nossa sociedade, para manter a sustentabilidade econômica, social e ambiental no elo que garante a segurança alimentar da nação.

Vamos mudar a maneira de divulgar os numeros do Agronegócio brasileiro? Quem topa começar?
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04/07/2025