Autora: Camila Kullmann Lopa
A reabilitação de pessoas com deficiência física é uma das áreas mais importantes — e ao mesmo tempo mais desafiadoras — da saúde pública no Brasil. Nesse cenário, a enfermagem exerce um papel fundamental, pois está diretamente envolvida no cuidado diário, no apoio emocional, na promoção da autonomia e na inclusão social dos pacientes.
O enfermeiro atua de forma ampla, indo além dos procedimentos técnicos. Ele participa do planejamento do cuidado, da escuta ativa, do estímulo ao autocuidado e da articulação com outros profissionais da saúde. Essa atuação é crucial para garantir que as pessoas com deficiência física tenham uma reabilitação eficaz, digna e centrada em suas reais necessidades.
Porém, apesar dessa importância, o reconhecimento e a valorização da enfermagem de reabilitação no Brasil ainda são limitados. Muitos profissionais enfrentam barreiras como falta de formação especializada durante a graduação, escassez de cursos de capacitação, infraestrutura precária nas unidades de saúde e baixa valorização institucional. Além disso, a atuação do enfermeiro muitas vezes é reduzida ou substituída por outras categorias, mesmo em áreas que são específicas da enfermagem.
O país conta com importantes legislações, como a Lei Brasileira de Inclusão e, mais recentemente, a Resolução COFEN nº 728/2023, que reconhece oficialmente a enfermagem de reabilitação como uma especialidade. Apesar disso, esses avanços ainda esbarram na dificuldade de implementação prática, especialmente por falta de investimentos, formação adequada e políticas públicas integradas.
Comparando com outros países, como Canadá, Estados Unidos e Portugal, percebe-se que a enfermagem de reabilitação é muito mais estruturada e valorizada, com formação contínua e reconhecimento legal mais efetivo. Esses modelos mostram que é possível fortalecer essa especialidade também no Brasil.
Portanto, investir na qualificação dos enfermeiros, criar políticas específicas e valorizar o papel da enfermagem na reabilitação são passos fundamentais para garantir uma assistência mais humana, eficiente e inclusiva às pessoas com deficiência física.
Para acessar o estudo completo clique e acesse: A Enfermagem na Reabilitação de Pessoas com Deficiência Física: Desafios e Caminhos no Brasil
10/05/2025