Mais Importante que Saber em Quem Confiar, é Saber em Quem Não Confiar
O Agronegócio é um setor complexo e dinâmico, que envolve uma variedade de atores: produtores rurais, empresas de insumos, de processamento, de distribuição, financeiras, um grande número de intermediários e regulamentações governamentais. No entanto, como em qualquer grande cadeia produtiva, há riscos significativos associados à confiança nos parceiros comerciais, fornecedores e agentes de mercado.
Se por um lado é essencial construir relações sólidas e confiáveis, por outro, identificar aqueles que podem comprometer a sustentabilidade, a ética e a lucratividade do negócio é ainda mais crucial.
Muitas vezes, produtores e investidores no agronegócio depositam confiança em empresas e indivíduos sem uma avaliação criteriosa, ainda mais, nos tempos atuais, que exigem decisões rápidas onde, cada vez mais, o tomador de decisão, sobre pressão, é levado a decidir de forma rápida, não racional, quase reflexa, muitas vezes com pouca informação e baseado no reconhecimento de padrões ou referências encontradas no dia-a-dia do seu negócio.
Costumo sempre lembrar da necessidade de se exercitar “desconfiança saudável”. Não significa ser paranoico ou viver em constante estado de alerta, mas sim ser prudente e observar atitudes que possam indicar riscos, pois temos a tendência de “confiar” nas pessoas, então, estar alerta para coletar informações objetivas, verificar credenciais e experiência, pedir referências, e, principalmente, ser cético sem ter medo de fazer questionamentos, são atitudes que fazem parte da desconfiança saudável para proteger seu negócio.
Para concluir, aponto algumas recomendações e/ou critérios, que a princípio parecem óbvios, para evitar armadilhas na análise de parceiros no agronegócio, mas são situações recorrentes no dia-a-dia e devemos estar sempre atentos para evitar erros na tomada de decisão.
- Histórico e reputação – Antes de fechar qualquer negócio, é essencial conhecer o histórico da empresa ou profissional, buscando referências, reclamações e processos judiciais.
- Transparência nas negociações – Empresas que evitam apresentar contratos claros ou escondem informações essenciais são sinais de alerta.
- Testemunhos – Buscar a opinião de outros produtores ou empresas que já trabalharam com o parceiro em questão pode ser decisivo, atentando para buscar mais de um depoimento.
- Análise financeira e de mercado – Busca conhecer a saúde financeira do parceiro ajuda a evitar calotes e problemas com inadimplência.
- Fornecedores de insumos de procedência duvidosa: Pesticidas, fertilizantes e sementes adulteradas podem comprometer a produtividade e causar prejuízos irreversíveis.
- Intermediários desonestos: Empresas de logística e comercialização que oferecem preços vantajosos, mas falham na entrega ou aplicam golpes.
- Falsos gurus: “Especialistas”, que se apresentam, muito confiantes, que vendem promessas ou projetos de excelência no papel, com ganhos extraordinários ou com técnicas pouco testadas ou , ainda, investimentos de retorno duvidoso.
Fernando Lopa
WEBRURAL Consultoria e Mentoria para o Agronegócio
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